Sob o olhar de Santa Luzia, caminhando para reforçar a fé ou agradecer pela proteção da Virgem de Siracusa, milhares de pessoas estarão, amanhã, reunidas na maior procissão religiosa do Rio Grande do Norte. A partir das 17h, os devotos da padroeira do município entoarão o hino popular "Ó Santa Luzia, pedi a Jesus, que sempre nos dê dos olhos a luz..." pelas principais avenidas da cidade.
Conforme o vigário-geral da Diocese de Santa Luzia de Mossoró, padre Flávio Augusto, a expectativa é que cerca de 100 mil fiéis estejam presentes na procissão da padroeira, guiados pelo mesmo sentimento: a fé na santa protetora dos olhos.
"Além dos mossoroenses que preservam a tradição de retribuir às benções e graças alcançadas, milhares de fiéis oriundos de vários pontos do Rio Grande do Norte, bem como caravanas de estados vizinhos estarão presentes para agradecer as bênçãos concedidas e pagar promessas feitas", conta.
No dia dedicado à padroeira do município, as atividades religiosas em homenagem à santa começam às 5h, com primeira missa dos romeiros. Logo em seguida, às 6h30 e às 8h, acontecem a segunda e terceira celebrações respectivamente. De acordo com a coordenação do evento, às 10h será celebrada a missa solene da Festa de Santa Luzia, presidida pelo bispo diocesano, dom Mariano Manzana. "Às 13h, celebraremos a quinta missa dos romeiros. Já a última missa dedicada aos romeiros ocorrerá às 15h", informa o padre.
O vigário-geral convida todos os mossoroenses e visitantes a participarem da procissão. Ele pede ainda aos populares que enfeitem suas casas nos pontos por onde a procissão vai passar. "A paróquia pede a todos que possuem carros de som a procurarem a secretaria da Catedral para se inscreverem e acompanharem o cortejo religioso", diz.
De acordo com o religioso, além do público que acompanha a procissão, o número de pessoas que permanece nas esquinas esperando a passagem da santa é grande. "Aos pais peço que tenham cuidado com as crianças para evitar que elas se percam. Caso aconteça, uma equipe estará especialmente designada para localizar os pais ou responsáveis", frisa padre Flávio.
Todo o trajeto contará com segurança da Polícia Militar (PM) e Polícia de Trânsito, além de ambulâncias. O encerramento da festa contará com Benção do Santíssimo, discurso de autoridades e descerramento das bandeiras, como também a última apresentação do Oratório de Santa Luzia.
Procissão
Saindo da Catedral, a procissão passará pelas avenidas Dix-sept Rosado e Dix-neuf Rosado. Seguindo ainda pelas ruas Marechal Deodoro, Rodrigues Alves e Melo Franco. O retorno à Catedral será pela avenida Augusto Severo e as ruas Santos Dumont e Idalino de Oliveira. Encerrando com Bênção Solene do Santíssimo Sacramento.
Origem da Virgem
Santa Luzia nasceu em Siracusa, cidade da Sicília (Itália), entre os anos de 280 e 290, numa família da nobreza siciliana. Sua mãe, Eutíquia, era uma nobre matrona que a educou na fé cristã.
A menina Luzia tornaria glorioso o nome da família não somente em Siracusa, mas em todo o mundo pela excelência de suas virtudes, pela sua pureza e pelo seu amor a Deus. Seus dotes físicos eram encantadores, com olhos que traduziam a pureza da alma e o rosto de uma formosura incomum. Tais predicados chamavam a atenção de quantos a vissem e foi por isso mesmo que atraiu os olhares de um jovem de nobre linhagem que dela se enamorou e manifestou o desejo sincero de tê-la como esposa. Mas ela havia se consagrado totalmente a Deus pela renúncia do amor carnal, das paixões terrenas e da vida conjugal.
Para se assegurar cada vez mais nos santos desejos, quis visitar, em Catânia, junto com sua mãe, enferma, o túmulo da virgem e mártir Santa Águeda. Da visita ao túmulo resultou a cura de uma doença grave em sua mãe e lhe deu mais força e coragem para se manter fiel aos seus santos propósitos.
Naquela época, Diocleciano, imperador romano, havia instaurado a 10ª perseguição contra o Cristianismo nascente. Para os cristãos, não restava outra escolha a não ser sacrificar-se aos deuses e ao imperador, ou o martírio.
Rejeitado por Luzia, o pretendente valeu-se do decreto imperial que ordenava a perseguição aos cristãos como instrumento de vingança, e a denunciou ao prefeito de Siracusa, Pascásio, que não perdia tempo em fazer algo para agradar o imperador. Presa, Luzia negou-se a render culto aos ídolos. Irritou o prefeito Pascásio, que a condenou à pena capital. No dia 13 de dezembro do ano de 304, era decapitada. Foi o seu "dies natalis", o dia do seu nascimento, como a Igreja denomina, na vida dos santos, a data em que nascem para a vida eterna.
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